terça-feira, 8 de fevereiro de 2011


Não, amor, eu sei pouco sobre essa vida
e nem o mínimo sei sobre as pessoas
não importa se são ruins ou se são boas
mas o que sou: eternamente foragida.

Interditada por crenças alheias... Sugam
o que de mim resta ainda de mortal
a competição é lei mais que natural
são as minhas feridas que eles copulam

Mas tenho resquícios desse bem desigual
que nos amanhãs há de se tornar ausente
tento ser feliz e sorrir mesmo descrente

Sei, te(m)-no-rio (é) mais do que obscuras águas
não me sinto estar nesse mundo, cortada
até tento ser da rua, mas vivo deitada...


menino, por que andas tão aflito?
deverias esquecer as estradas
e andar com essas mão desatadas,
talvez, olhar um pouco mais o céu
Não queira voar tão perto do sol,
não ainda. Pois tens tanto de ícaro
teus sonos tortos e teu sonho pícaro
te abduzem para além do arrebol


Original painting Herbert Draper 1898

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